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Campanha salarial 2024: CONTICOM-CUT apoia onda de mobilizações nos canteiros

Em Campo Grande (MS) empresas enfrentam paralisações. Em João Pessoa (PB), assembleia deliberou greve

Publicado: 23 Abril, 2024 - 17h53 | Última modificação: 23 Abril, 2024 - 18h14

Escrito por: Redação CONTICOM | Editado por: João Andrade

Divulgação Sintracom Campo Grande
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Em Campo Grande, trabalhadores paralisam atividades em protesto contra o atraso nas negociações

A Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (CONTICOM) apoia os trabalhadores e trabalhadoras da construção civil de norte a sul do país que vêm dando nos últimos dias demonstrações de estarem mobilizados em busca de melhores condições de trabalho, melhoria nos benefícios e, principalmente, conquista de aumento real nos salários, com reajustes acima da inflação.

Em alguns casos, assembleias têm aprovado paralisações como forma de pressionar o patronal a dar andamento às negociações, algumas delas com data-base em janeiro. 

Um dos exemplos aconteceu em Campo Grande (MS), onde cerca de 250 trabalhadores de uma grande obra na cidade fizeram uma paralisação na última sexta-feira (19) reivindicando aumento real nos salários e como protesto contra o atraso nas negociações – a data-base da categoria sul-matrogrossense é o mês de março.

“O movimento é uma resposta ao pesadelo com as negociações emperradas, principalmente por uma contraproposta vergonhosa de reajuste de 3,86%, ou seja, apenas o índice da inflação pelo INPC”, afirmou José Abelha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e no Mobiliário de Campo Grande (Sintracom-MS).

Segundo o dirigente, a paralisação da sexta-feira surtiu efeito e o sindicato patronal anunciou que apresentará esta semana uma nova contraproposta. Assim que isso acontecer, novas assembleias serão convocadas para avaliação da oferta patronal.

“O movimento foi muito bom e a imagem daqueles quase 300 trabalhadores parados repercutiu negativamente para o Sinduscom [sindicato patronal], que anunciou que enviará nova contraproposta. Hoje vivemos situação de pleno emprego na construção e os patrões oferecerem reajuste só da inflação é uma vergonha”, completou Abelha, que também é presidente Federação dos Trabalhadores na Construção Civil de Mato Grosso do Sul (Fetricom-MS).

 

Indicativo de greve

Em João Pessoa, onde as negociações se arrastam desde o fim do ano passado – a data-base é 1º de janeiro –, uma assembleia realizada na última quinta-feira (18/4) aprovou indicativo de greve, a partir de maio, caso não haja avanços nas negociações. A reivindicação é por reajuste salarial acima da inflação e transparência da tabela de serviços realizados em regime de produção.

De acordo com Sintricom-JP, a primeira rodada de negociação aconteceu em janeiro e, desde então, já foram realizadas seis reuniões, sem avanço na proposta dos patrões.

 Segundo os dirigentes locais, mesmo num cenário em que o salário mínimo foi reajustado em 7%, a proposta do sindicato patronal sequer superou o índice da inflação nacional. A reivindicação do Sintricom-JP é de reajuste de 12%.

 

Divulgação Sintricon JPDivulgação Sintricon JP
Em João Pessoa, assembleia na sede do Sintricom aprova indicativo de greve

 

 

Aqui tem mobilização!

A CONTICOM-CUT também registra mobilizações importantes em outras regiões no país tendo como tema principal a Campanha Salarial 2024. Uma delas aconteceu no Espírito Santo, onde o Sintraconst-ES reuniu trabalhadores na manhã desta segunda-feira (22) na cidade de Anchieta para atualizar o andamento das negociações.

“Nossa convenção tem dois anos de validade e agora em 2024 vamos negociar apenas cláusulas econômicas. Como a economia melhorou e o INPC tem caído, nosso foco principal está na conquista do aumento real”, explica Virley Santos, presidente do Sintraconst-ES.

No Estado de São Paulo, onde a Campanha Salarial acontece de maneira unificada, os sindicatos filiados à CONTICOM realizam assembleias nos locais de trabalho para manter a categoria mobilizada. 

“A gente percorre todos os canteiros para atualizar as negociações, que ainda estão em andamento. Estamos dentro da data-base, conseguimos avançar em alguns pontos, mas devemos ter pelo menos dois encontros com o patronal”, explica Marcelo Ferreira dos Santos, dirigente da CONTICOM-CUT e presidente do Sindcongru.

Divulgação SindcongruDivulgação Sindcongru
Dirigentes do Sindcongru mobilizam trabalhadores para a Campanha Salarial 2024